3.8
No céu azul de uma Pandemia
É engraçado essa experiência que chamamos de vida, um dia você acha que tem o mundo e no outro o mundo prova que te tem.
No dia 03 de Junho, faríamos 38 anos, se nós tivéssemos sobrevivido, o que não aconteceu com a gente.
Então estou aqui, entre cantos e contos, entre o choro e o riso, entre a saudade e o impossível, eu estou aqui... vivendo todos os sintomas da vida, de uma pandemia, algo jamais vivenciado por nós...
Seres especiais que não podem sofrer nada. - Deus, tenha misericórdia de nós.
Com bolo de aniversário, sem beijinho e sem brigadeiro? (até ai, tudo bem) mas sem ver aqueles olhos negros que não voltam nunca mais... - Ah! saudade, eu realmente te matei e não foi de fome. Te alimentei bem, com tudo de mais bonito, tudo de mais real.
Um ser humano perverso, notado na noite fria, com gosto de sal.
E assim menina, temos mais um ano, um ano novo onde os nossos olhos se tornam mais sinceros, através deles conseguimos ver a verdade que há tanto tempo não se via.
Assim, estou... a base de sonhos...
Hoje eu escrevo e não falo mais de nós... eu falo de mim, e eu gostaria de dizer...
O quanto é doloroso estar aqui, é doloroso sentir o desejo, a perda que de tão grande... se torna...apenas um desejo... me apego muito em Deus, sei que ele vai dar um jeito nesses sonhos restantes aqui.
Se eu pudesse te contar um segredo no seu ouvido, eu diria: "Tudo vale a pena"...
E você valeu cada dia e cada sonho meu...
Feliz aniversário, atrasado!
