segunda-feira, 19 de julho de 2021

O último número

 

 "Quarenta e nove..."


 Querida vida ordinária, hoje faz quarenta e nove dias, quarenta e nove dias, que eu perdi o meu rumo, perdi a minha existência, mãe, eu te perdi!

 Se não bastasse todas as coisas, acabaram-se as flores que não plantei mas amava-as te enviar.

Não há nada que me cause mais dor que ter um número para te visitar, o seu número é: 49, pertences a esse novo lar. Que vazio ir te visitar e falar com o próprio ar... e sem a certeza de que está me ouvindo.

 Tem dias que eu fico pensando... como é cruel tudo isso, justo hoje?

Acabou, dia dezoito foi embora, saudade da minha sanidade mental, não sei mais quem sou, eu perdi tantos e tantas, partiu o meu amor, partiu a minha vida e me partiu. 

O que eu faço nesse plano tão chato sem vocês?

Meu coração é um cemitério, estou cheia de mortos dentro de mim, eu morri dia 30 de Maio de 2021, no preciso horário das 23h24 min. 

Não sei como sobreviver a isso, há dor em mim, há causa sem efeito, está doendo tanto mas tanto...


Hoje está sendo um dia péssimo, parece que estou revivendo a dor, agora são duas despedidas.

Eu juro que se eu desejar alguma coisa ruim a alguém, eu desejo que essa pessoa seja eu.



Tatyane Nicklas

Dilacerando-me!

19/07/2021  


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